Abro a escotilha
Já não vejo muito mais que essa estação
E minha família
São estrelas e planetas na escuridão
O passeio matinal
É suspenso, em reparos estruturais
Antes do almoço
Brincadeiras com as leis gravitacionais
Cosmonauta no espaço sideral
Faz do tédio a sua própria depressão
Tardes infinitas
Flutuando pelo vácuo interestelar
Supernovas explodindo
Me garantem um espetáculo particular
À noite os cometas
Visitam os meus motores de propulsão
Estrelas cadentes
São milhões de ovelhinhas em combustão
Cosmonauta no espaço sideral
Faz do tédio a sua própria depressão
Mas pra que voltar?
Se nem na Terra há um lugar pra você
Vai, me diz pra que!
Se no espaço a solidão
Não orbita o coração